O ceticismo é um corrente de pensamento filosófico que defende a ideia da impossibilidade do conhecimento de qualquer verdade. Criado na Grécia Antiga por Pirro de Élis (filósofo grego), esta filosofia rejeita qualquer tipo de dogma (afirmação considerada verdadeira sem comprovação).
De acordo com os céticos, todo conhecimento é relativo, pois depende da realidade da pessoa que o possui e das condições do objeto que está sendo analisado. Como a cultura (regras, leis, costumes, visões e mundo, crenças) muda em cada período histórico, os defensores do ceticismo acreditam ser impossível estabelecer o que é real e irreal ou correto e incorreto.
Logo, os céticos defendem a ideia de assumir uma postura de neutralidade em todas as questões, não fazendo julgamentos. Assim, o cético defende a indiferença total.
Divide-se em duas correntes:
CETICISMO
FILOSÓFICO - uma postura filosófica
em que pessoas escolhem examinar de forma crítica se o conhecimento e percepção
que possuem são realmente verdadeiros, e se alguém pode ou não dizer se possui
o conhecimento absolutamente verdadeiro;
O Ceticismo filosófico
originou-se a partir da filosofia grega. Uma de suas
primeiras propostas foi feita por Pirro de Élis (360-275 a.C.), que viajou até a Índia numa das campanhas de Alexandre, o Grande para
aprofundar seus estudos, e propôs a adoção do ceticismo "prático"
(ver também Pirronismo).
Subseqüentemente, na "Nova Academia", Arcesilau (315-241 a.C.) e Carnéades (213-129 a.C.) desenvolveram mais
perspectivas teóricas, que refutavam concepções absolutas de verdade e mentira. Carneades criticou as visões dos dogmatistas,
especialmente os defensores do estoicismo,
alegando que a certeza absoluta do conhecimento é impossível.Sexto Empírico (200 d.C.), a maior autoridade do
ceticismo grego, desenvolveu ainda mais a corrente, incorporando aspectos do empirismo em sua base para afirmar o
conhecimento.
Ou seja,o ceticismo filosófico é procurar saber, não se
contentando com a ignorância fornecida atualmente pelos meios públicos, por
meio da dúvida. Opõem-se ao
dogmatismo, em que é possível conhecer a verdade.
CETICISMO
CIENTÍFICO - uma postura científica e
prática, em que alguém questiona a veracidade de uma alegação, e procura
prová-la ou desaprová-la usando o método científico.
O ceticismo científico tem
relação com ceticismo filosófico, mas eles não são idênticos. Muitos
praticantes do ceticismo científico não são adeptos do ceticismo filosófico
clássico. Quando críticos de controvérsias científicas, terapias alternativas
ou paranormalidades são ditos céticos,
isto se refere apenas à postura cética científica adotada.
O termo cético é usado atualmente para se referir a
uma pessoa que tem uma posição crítica em determinada situação, geralmente por
empregar princípios do pensamento críticoe métodos científicos (ou seja, ceticismo científico) para
verificar a validade de idéias. Os céticos vêem a evidência empírica como
importante, já que ela provê provavelmente o melhor modo de se determinar a
validade de uma idéia.
Apesar de o ceticismo envolver o uso do método científico e do pensamento crítico, isto não
necessariamente significa que os céticos usem estas ferramentas constantemente.
Os céticos são freqüentemente confundidos com, ou até mesmo
apontados como, cínicos.[1] Porém, o criticismo cético válido (em oposição a dúvidas
arbitrárias ou subjetivas sobre uma idéia) origina-se de um exame objetivo e
metodológico que geralmente é consenso entre os céticos. Note também que o cinismo é geralmente tido como um ponto de
vista que mantém uma atitude negativa desnecessária acerca dos motivos humanos
e da sinceridade. Apesar de as duas posições não serem mutuamente exclusivas,
céticos também podem ser cínicos, cada um deles representa uma afirmação
fundamentalmente diferente sobre a natureza do mundo.
Os céticos científicos constantemente recebem também, acusações de
terem a "mente fechada" [2] ou de inibirem o progresso científico
devido às suas exigências de evidênciascientificamente válidas. Os céticos, por sua vez,
argumentam que tais críticas são, em sua maioria, provenientes de adeptos de
disciplinas pseudocientíficas,
tais comohomeopatia, reiki, paranormalidade e espiritualismo,[2][3][4][5] cujas visões não são adotadas ou
suportadas pela ciência convencional. Segundo Carl Sagan,
cético e astrônomo,
"você deve manter sua mente aberta, mas não tão aberta que o cérebro
caia".
A necessidade de evidências cientificamente adequadas como suporte
a teorias é mais evidente na área da saúde, onde utilizar uma
técnica sem a avaliação científica dos seus riscos e benefícios pode levar a
piora da doença, gastos financeiros
desnecessários e abandono de técnicas comprovadamente eficazes. Por esse
motivo, no Brasil é vedado aosmédicos a utilização de práticas terapêuticas
não reconhecidas pela comunidade científica.[6]
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