sexta-feira, 22 de junho de 2012

SIONISMO




O Sionismo é um movimento político e filosófico que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado judaico independente e soberano no território onde historicamente existiu o antigo Reino de Israel (Eretz Israel).
O Sionismo é também chamado de nacionalismo judaico e historicamente se propõe à erradicação da Diáspora Judaica com o retorno da totalidade dos judeus ao atual Estado de Israel.
O termo “Sionismo” é derivado da palavra “Sion” (em hebraicoציון), que em hebraico quer dizer elevado.Originalmente, Sião ou Sion era o nome de uma das colinas que cercam a Cidade Santa, onde existiu uma fortaleza de mesmo nome. Durante o reinado de David, “Sião” se tornou um sinônimo de Jerusalém ou da Terra de Israel. Em inúmeras passagens bíblicas, o povo israelita é chamado de “filhos (ou filhas) de Sião”.
No Livro de Isaias, o nome de Sião figura diversas vezes como equivalente para todo aquele que crê no Deus de Israel: Por amor de Sião não me calarei, e por amor de Jerusalém não me aquietarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação como uma tocha acesa (Isaias, 62-1).
São considerados precedentes do Sionismo (ou “Protossionistas”) alguns pensadores e religiosos judeus que expressaram em obras escritas o desejo ancestral do povo judeu em retornar às suas raízes históricas através da volta para sua terra de origem. Por outro lado, o nacionalismo judaico é decorrência direta dos diversos movimentos nacionalistas que surgiram no Ocidente a partir do Iluminismo e das revoluções Francesa e Americana.
Ao final do século XIX os judeus que detinham uma condição social um pouco mais elevada (em geral os habitantes dos países da Europa Ocidental) julgavam-se mais seguros contra as perseguições antissemitas que vitimavam os judeus do Leste, mais arraigados às tradições, pois encontravam-se plenamente inseridos nas sociedades maiores. Estes judeus pouco diferiam no sentido cultural de seus vizinhos cristãos e muitos abandonavam as práticas religiosas ou se convertiam ao cristianismo como forma de selar o processo de completa assimilação. Entre estes judeus encontrava-se Theodor Herzl, um advogado nascido em Budapeste e que em sua juventude chegou a pedir em carta ao Papa que ajudasse os judeus de toda a Europa a se converterem coletivamente ao catolicismo.
A região da Palestina, onde historicamente existiu uma pátria judaica, encontrava-se desde o ano de 638 sob o jugo árabe muçulmano. A partir de 1517, o Império Turco-Otomanoincorpora aquelas terras, tornando-se a Palestina uma província turca, status que duraria até o início do século XX. A presença dos judeus na região permaneceu ininterrupta por todo este período, embora em condição de minoria. Em algumas cidades, como Hebron e Safed, a presença das comunidades judaicas se fazia mais numerosa e importante, convivendo em relativa paz com a maioria muçulmana.
Havia também a tradição judaica de migrar para a Palestina para lá morrer e ser sepultado, ou para estudos religiosos nas diversas yeshivot instaladas na região. Estas escolas de formação rabínica recebiam recursos doados por organizações filantrópicas, mas na segunda metade do século XIX, algumas destas organizações, como a Aliança Israelita Universal, passaram a investir na fundação de cidades e fazendas coletivas, dentro de um espírito socialista e secular. Assim Mikveh Israel foi fundada em 1870, seguida por Petah Tikva (1878), Rishon LeZion (1882) e outras comunidades agrícolas fundadas pelas sociedades Bilu e Hovevei Zion.
Mas com a primeira grande leva de imigrantes judeus chegados à Palestina, a partir de 1881, a demografia na Palestina começou a sofrer a sua primeira grande mudança em séculos. Estas ondas (chamadas de aliot), oriundas principalmente do Império Russo e do Iêmen, acabaram por gerar mais comunidades agrícolas e cidades[6][7]. Estas primeirasaliot independentes serviriam de modelo para as imigrações que viriam nos anos seguintes, já sob o estímulo da Organização Sionista de Herzl.
Até meados do século XIX, a população total da Palestina registrava um decréscimo lento. Mas as migrações judaicas inverteram este quadro, e no raiar do século XX a região registrou o primeiro aumento demográfico em séculos. A população de judeus chegou a 10% do total antes de 1909, quando foi fundada a cidade de Tel Aviv, a primeira urbe exclusivamente judaica desde a Antiguidade.
O estabelecimento dos primeiros olim em terras palestinas se deu em zonas desabitadas, adquiridas com recursos doados por subscrições públicas ou por grandes filantropos europeus. O mais célebre destes foi o barão Edmond de Rothschild, que sozinho doou recursos para a aquisição de 125 mil acres (ou 22,36 km²) de terras.
No entanto, uma nova onda de perseguições antissemitas ocorrida na Rússia fez crescer o número de olim. Em abril de 1903 o Pogrom de Kishinev vitimou dezenas de judeus[8] e evidenciou para os sobreviventes a necessidade de buscar a autodeterminação em um ambiente democrático.


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